Brasil atinge mais de 90% da Cota Hilton
Pela primeira vez, em dez anos, o Brasil atingiu mais de 90% da Cota Hilton com o embarque de 9,2 mil toneladas de carne bovina entre junho de 2015 e junho de 2016. Com isso, o país chega a 92.9 % das 10 mil toneladas concedidas pela União Europeia ao Brasil na Hilton.
Ano Hilton |
Cota Ton. |
Uso |
Sem Uso |
% |
2004/2005 |
5.000,00 |
4.945,42 |
54,58 |
98,9% |
2005/2006 |
5.000,00 |
4.983,62 |
16,38 |
99,7% |
2006/2007 |
5.000,00 |
4.990,27 |
9,73 |
99,8% |
2007/2008 |
5.000,00 |
2.513,97 |
2.486,03 |
50,3% |
2008/2009 |
5.000,00 |
1.226,14 |
3.773,86 |
24,5% |
2009/2010 |
10.000,00 |
791,63 |
9.208,37 |
7,9% |
2010/2011 |
10.000,00 |
450,58 |
9.549,42 |
4,5% |
2011/2012 |
10.000,00 |
2.562,23 |
7.437,77 |
25,6% |
2012/2013 |
10.000,00 |
2.977,93 |
7.022,07 |
29,8% |
2013/2014 |
10.000,00 |
4.078,92 |
5.921,08 |
40,8% |
2014/2015 |
10.000,00 |
8.002,06 |
1.997,94 |
80,0% |
2015/2016 até 30/jun |
10.000,00 |
9.287,96 |
712,04 |
92,9% |
A cota Hilton é constituída de cortes especiais do quarto traseiro, de novilhos precoces, e seu preço no mercado internacional geralmente é mais alto do que a carne em geral.
A cota anual, de 65.250 toneladas, é fixa, e a ela somente têm acesso os países credenciados: Argentina, Austrália, Brasil, Uruguai, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá e Paraguai. A Argentina possui uma cota de quase 50% do montante (28.000 toneladas). A Austrália é autorizada a vender 7.150 toneladas, o Brasil 10.000, os EUA e Canadá 11.500 juntos, a Nova Zelândia 1.300 e o Uruguai 6.300 toneladas.
A vantagem é que o produto destinado à Cota Hilton tem somente uma tarifa de 20% ad valorem, ou seja, 20% sobre o valor da mercadoria. A tarifa extra cota é de 12,8% mais 303,4 euros por 100 quilos de carne.
De acordo com Fernando Sampaio, diretor-executivo da ABIEC, o desempenho do Brasil na Cota Hilton vem melhorando porque a indústria começou, já há algum tempo, a organizar seu fornecimento de modo a atender aos critérios da cota, para aproveitar assim a vantagem que se tem na tarifa de importação.
“Porém, vale lembrar que a Hilton cria, além das barreiras sanitárias que já existem para a carne brasileira, barreiras técnicas como a exigência de alimentação exclusiva a pasto e identificação individual desde a desmama. Nosso desempenho só aumentou porque, pela diferença de preço, vale a pena cumprir as exigências. Ainda assim, consideramos que a definição da Hilton hoje continua sendo prejudicial para o país e precisa ser atualizada, incluindo questões de sustentabilidade. A renegociação destas exigências com as autoridades europeias continua sendo uma pauta da ABIEC junto aos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores”, afirma Sampaio.